O Beiradão, expressão cultural musical amazônida, que
imprime grande importância, principalmente para a cultura do município de Borba
(distante 208 quilômetros de Manaus), ganha notoriedade no documentário
“Beiradão – O Ritmo do Interior”, dirigido por Fidel Graça. Resultado de uma
política de fomento, a obra será exibida neste sábado, (09/03), às 18h30, no
Cineteatro Guarany, avenida Sete de Setembro (anexo ao Centro Cultural Palácio
Rio Negro), Centro.
Na sequência, o Cineteatro Guarany exibe o filme “Surto”,
com direção de Ângelo Esperança, montagem e fotografia de Fidel Graça. Ambas
exibições têm entrada gratuita e classificação livre.
O documentário, contemplado pela Lei Aldir Blanc, Prêmio
Feliciano Lana (2021), traduz em imagens, música e depoimentos, lembranças das
festas de santos, realizadas nas comunidades do interior do Amazonas, os
arraiais, tendo o saxofone como protagonista.
Nascido em Borba, o artista plural, Fidel Graça, disse
ter vivenciado o Beiradão em meados dos anos 80 e 90, quando ganhou força,
especialmente no município. ”E eu cresci vendo o seu Edvar Souza, o seu
Leôncio, que são pessoas que tocam saxofone até hoje. Para manter a tradição,
aprendi a tocar saxofone e, quando veio a Lei Aldir Blanc, tive a ideia de
homenagear, principalmente, os saxofonistas da minha cidade. Eu queria mostrar
o Beiradão em Borba”, afirma o diretor.
O filme foi captado tanto no município, quanto em Manaus,
onde foram entrevistados nomes importantes da expressão cultural, como, o
maestro Claudio Abrantes, os músicos Edvar Souza, Aurimar Ribeiro, Neil
Armstrong, entre outros.
“É um filme cultural, que retrata a história, acima de
tudo, do Amazonas, porque explica o surgimento do movimento Beiradão e de como
o sax, sendo um instrumento tão sofisticado, criado na França, foi parar nas
beiradas dos rios da Amazônia”, completa.