A Secretaria de Estado de Saúde
(SES-AM), por meio da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fhuam), realizou,
na manhã deste domingo (21/01), uma ação de orientação sobre Hanseníase na
Feira de Artesanato da Avenida Eduardo Ribeiro, centro de Manaus. Foi a
primeira atividade da programação do Janeiro Roxo, na Fuham, campanha de
conscientização e combate à hanseníase. A
caminhada teve a participação de servidores da Fuham e do Programa Municipal de
Combate à Hanseníase, de Manaus. “A Fundação Alfredo da Matta vem à rua para
fazer uma ação de orientação alusiva ao Janeiro Roxo. A Hanseníase continua
sendo um problema de Saúde pública grave e todo mundo tem que estar envolvido
para que possamos chegar ao controle da Hanseníase de forma efetiva”, afirmou o
diretor-presidente da Fuham, Carlos Chirano.
Além dos servidores da Fuham, os trabalhadores da
Secretaria Municipal de Saúde de Manaus e do Programa Municipal de Combate à
Hanseníase reforçaram o grupo que distribuiu material informativo, em clima de
muita descontração.
“É muito importante essa interação, entre estado e
município, para que a gente possa intensificar o que acontece com a hanseníase.
Porque as pessoas pensam que, quando se fala em hanseníase, estamos falando das
pessoas sequeladas. Mas a hanseníase começa de forma silenciosa. Quanto mais
cedo se fizer o diagnóstico e se começar o tratamento, este paciente não vai
ter sequelas”, afirmou a coordenadora do programa municipal, a médica
dermatologista Rosa Correa.
A ação teve o apoio e a participação da Banda da Polícia
Militar do Estado do Amazonas, que animou toda a caminhada com um repertório
formado por marchinhas tradicionais de carnaval, animando frequentadores e os
próprios feirantes. Também participaram servidores da Companhia de Saneamento
do Amazonas (Cosama), que doou copos de água mineral.
Programação
A Fuham segue com a programação do Janeiro Roxo, no
próximo sábado (27/01), com a realização de um Mutirão Dermatológico, com
portas abertas, a partir das 7h, na sede da instituição, na avenida Codajás, nº
24, bairro Cachoeirinha, zona sul.
No dia 3 de fevereiro, sábado também, será realizado o
Seminário “Pensando em Hanseníase: Aspectos Clínicos, Laboratoriais,
Epidemiológicos e Perspectivas”. O evento começa às 8h, com término previsto
para às 12h30, e será realizado no Auditório da Escola Superior de Ciências da
Saúde (ESA) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
O evento inclui palestras de temas como Epidemiologia da
Hanseníase: Situação Atual, Manifestações Clínicas da Hanseníase, Tratamento da
Hanseníase – MDT e Esquemas Alternativos, entre outros. Na lista de
palestrantes, estão profissionais de Saúde como Sinésio Talhari, Heitor
Gonçalves, Mariane Stefani, Rossilene Cruz, com todos os nomes podendo ser
conferidos no site da Fhuam, no endereço www.fuham.am.gov.br .
Números da doença
Em 2023, foram detectados no Estado do Amazonas 310 casos
novos de Hanseníase. Do total de casos novos, 106 (34,2%) eram residentes de
Manaus e 204 (65,8%) residentes em outros 42 municípios. Na faixa etária de
maiores de 15 anos foram detectados 290 (93,5%) casos e 20 em menores de 15
anos (6,5%). Em relação a 2022, quando foram registrados 344 casos, houve uma
redução de 10,9% no número total de casos. Em relação à taxa de detecção, o
Amazonas passou de 44,3/100 mil habitantes em 2000 para 7,26/100 mil habitantes
em 2023, o que representou uma redução de 82,1%, porém o parâmetro de
endemicidade ainda é considerado médio.
O Amazonas ocupa, atualmente, o 17º lugar no ranking dos
estados brasileiros em números de casos registrados de hanseníase, segundo o
Ministério da Saúde. Os dados são do Departamento do Controle de Doenças e
Epidemiologia (DCDE) da Fuham.