O Cineclube de Arte apresenta, em mais uma edição da
Mostra de Cineastas Amazonenses, o filme documental “Amazonas, o jogo da bola”,
neste sábado (28/10), às 18h30, no Cineteatro Guarany. A produção do cineasta
Chicão Fill, contou com a direção de arte do artista plástico e curador
amazonense, Oscar Ramos. A entrada é gratuita e a classificação é livre.
O documentário narra a história do futebol no Amazonas,
desde os primórdios do primeiro registro no Brasil de um jogo da bola no século XIII, relatado por um europeu, por
meio da etnia Cambeba no Amazonas, que conduzirá a evolução da bola até o
football de regra Inglesa.
Em uma cronologia do tempo, passando pela Manaus do fim
do século XIX, sendo a pioneira cidade no Brasil a receber o futebol que
originou o primeiro campeonato centenário no Amazonas, o diretor destaca as
décadas de glórias do futebol na capital até a construção da Arena da Amazônia,
em 2014.
“Após anos de uma exaustiva pesquisa bibliográfica,
iconográfica e fílmica, além da contribuição de várias personalidades do
desporto amazonense, entre eles, amigos, jornalistas, jogadores, dirigentes,
consegui realizar o filme documentário ‘Amazonas, o Jogo da Bola’ em 2015”,
conta Chicão.
No ano seguinte, o filme foi premiado na categoria de
melhor documentário no Festival Internacional Art & Tur, em Portugal. Além
disso, a produção foi exibida no Canal Brasil e em diversos festivais, como o
Footcine e FestCine Amazônia.
Pioneirismo amazônico
A história contada pelo cineasta mostra um pioneirismo
amazônico no “jogo de bola”. “Eu escutei quando criança, várias histórias
contadas pelos meus pais e avós. Criados nos seringais do Rio Madeira, eles
contavam que as bolas de Cernambi eram fabricadas artesanalmente, diversão
certa das crianças dos beiradões. Cheguei até brincar em Manaus na década de
70”, conta o cineasta.
O “fio da meada” puxado pela bola de Cernambi levou a um
passado remoto, com os relatos do cientista francês Charles-Marie de La
Condamine, durante a viagem cientifica que fez entre o rio Orinoco e a cidade
colonial portuguesa de Vila de Ega (hoje Tefé), na qual presenciou a convite
dos Cambebas no século XVIII, um “jogo de uma bola” feita de bexiga de látex
que desafiava a lei da gravidade.
“Percebi que a evolução do ciclo da borracha e a segunda
revolução industrial se relacionava diretamente com a seringa, que contribuiu
para o ‘Football de regra inglesa’. Fazendo a bola de trapo europeia pular
contra a lei da gravidade com a utilização da bexiga da borracha na bola
inglesa”, conta Chicão Fill.
É essa a história pouco conhecida, que traz os primórdios
do futebol para a Amazônia, que o cineasta conta nos 80 minutos do filme.
O Cineclube de Arte é promovido pelo Governo do Estado,
por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Aos sábados, o projeto
exibe produções regionais, valorizando o trabalho de artistas amazonenses. mais
informações, acesse as redes sociais da Cultura (@culturadoam).