No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado neste 27
de setembro, o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, unidade vinculada
à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), esclarece dúvidas sobre o
processo de doação de órgãos e tecidos. Apesar da ampliação da discussão acerca
do tema nos últimos anos, o assunto ainda é polêmico e de difícil entendimento,
resultando em um alto índice de recusa familiar, conforme dados do Ministério
da Saúde.
A enfermeira Laurinete Brasil, coordenadora da Comissão
Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), do
HPS 28 de Agosto, explicou alguns mitos e verdades sobre o tema, identificando
motivos para a recusa. “Estamos reforçando durante esta semana a importância do
gesto de doar, e para isso, sabemos que é necessário tirar as dúvidas da
população”, observa a coordenadora.
Mas o que é Mito e Verdade no
processo de doação de órgãos?
Começando com a verdade sobre o que muitos acreditam em
relação a deixar um documento por escrito autorizando o ato, Laurinete Brasil
esclarece que, na verdade, para ser um doador, basta avisar os familiares de
primeiro ou segundo grau (pai, filho, irmãos, avós, cônjuges), pois serão eles
que assinarão o documento autorizando a doação dos órgãos e tecidos. “O
familiar é quem autoriza, independentemente da existência de documento escrito,
quando em vida, do possível doador”, explica.
Outro dos vários questionamentos é se a doação de órgãos
deixa o corpo deformado. “Os órgãos e tecidos doados são removidos por meio de
uma cirurgia. Portanto, a doação não desfigura o corpo, ou seja, é um mito que
precisa ser esclarecido”, diz a enfermeira.
Um fator verdadeiro é que um único doador de órgãos e
tecidos pode beneficiar pelo menos 10 pessoas que aguardam por um transplante
dessa natureza. E, é mito dizer que idosos, até 65 anos, não podem ser
considerados potenciais doadores, dependendo da saúde e condição física, podem
ser doadores sim.
“Muita gente, também, ainda tem dúvidas sobre os órgãos e
tecidos que podem ser doados, então, reforço que são: coração, pulmão, fígado,
rins, pâncreas, intestinos, pele (camada superficial), ossos, válvulas
cardíacas e córneas”, diz Laurinete.
Para a enfermeira, é importante dar ciência de que há
dois tipos de doadores: o vivo e o falecido. “O vivo pode ser qualquer pessoa
saudável que concorde com a doação, que pode doar um dos rins, parte do fígado,
parte da medula óssea e parte do pulmão. Pela lei, parentes até quarto grau e
cônjuges podem ser doadores. E os pacientes em UTI, vítimas de morte
encefálica, traumatismo craniano ou AVC, têm a retirada dos órgãos realizada em
um centro cirúrgico como qualquer outra cirurgia”, esclarece.
O HPS 28 de Agosto conta com uma equipe de plantão no
CIHDOTT para esclarecer essas e outras dúvidas sobre a doação de órgãos.
Especialmente esta semana, em que se evidencia ainda mais a ação no âmbito
nacional, a unidade está reforçando o trabalho de conscientização e
sensibilização junto aos funcionários, pacientes e acompanhantes.