A região Norte do Brasil enfrenta um período de seca que já está afetando a navegação no Rio Amazonas e pode reduzir a capacidade de transporte pela hidrovia em até 50% até outubro, de acordo com a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac). A seca chegou mais cedo do que o esperado este ano.

A Marinha do Brasil já restringiu a navegação em rios no estado do Amazonas desde agosto, afetando três pontos críticos. O medo é que o Rio Amazonas, a principal hidrovia da região, seja o próximo afetado.

Em um cenário mais pessimista, a navegação pelo Rio Amazonas pode se tornar impossível. Isso afetaria significativamente o escoamento da produção e o abastecimento da região com produtos essenciais. No ano passado, a redução média na capacidade de transporte foi de 40%, mas estimam-se 50% para este ano. Os produtos mais afetados incluem alimentos, cimento, metais, cerâmica, porcelanato e fertilizantes.

A crise tem um impacto direto na população, podendo resultar em aumento de preços devido à escassez e ao aumento no frete. A Zona Franca de Manaus também está enfrentando dificuldades para escoar seus produtos, o que pode levar ao desabastecimento em outras regiões.

A Abac solicita medidas de emergência para mitigar os impactos da seca, como dragagem emergencial em áreas críticas, como a enseada do Rio Madeira. O setor de navegação também está explorando soluções tecnológicas, como torres de controle da cadeia de suprimentos e sistemas de navegação avançados, para enfrentar esse desafio.

A situação está sendo acompanhada de perto, e a ação coordenada é fundamental para garantir que o transporte e o abastecimento na região não sejam interrompidos devido à seca.