As obras do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+) receberam, na quinta-feira e sexta-feira (1º e 02/06), Missão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O banco é financiador do programa, que é executado pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedurb). Aline Agra da Silva, consultora ambiental, e Julia Miguez, da área social do BID, estiveram na Comunidade da Sharp, zona leste, e na Manaus 2000, zona sul, área de intervenção das obras. O foco da visita foram os avanços já alcançados com ações realizadas nas áreas sociais e ambientais.

A visita foi acompanhada pela equipe da UGPE e Sedurb. As consultoras conheceram o processo de reassentamento das famílias, conversaram com os moradores que fazem parte do Grupo de Apoio Local (GAL) do Prosamin+ e observaram a rotina dos trabalhadores nas obras.

De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Marcellus Campêlo, as missões de acompanhamento do BID acontecem ao longo de toda a execução do programa. “Essa é uma etapa que faz parte da programação normal e ocorre a cada seis meses. Desde o começo do programa, temos o compromisso com ações que englobam a preocupação ambiental, destinação de resíduos, manejo da fauna e flora silvestre, trabalhamos ações em segurança no trabalho, políticas de gênero e uma série de indicadores que apresentamos para acompanhamento do banco”, afirmou.

Neste momento, na Comunidade da Sharp está em fase de instalação de tapumes, remoção de resíduos do entorno do canteiro de obras. Na Manaus 2000, as equipes trabalham na terraplanagem, demolição e auxílio na mudança das famílias reassentadas.

O Prosamin+ está urbanizando uma área de 340 mil metros quadrados (m²) ao longo do Igarapé do Quarenta, em um trecho entre a avenida Manaus 2000 e a Comunidade da Sharp. Das áreas sob risco de alagação, já foram retiradas 594 famílias, de um total de 2.383 que serão reassentadas.

O programa entregou, no mês de abril, o Parque Residencial General Rodrigo Otávio, localizado no bairro Japiim, zona sul de Manaus. O habitacional, com um total de 32 apartamentos, também foi visitado pelas consultoras do BID, que conheceram a primeira obra construída pelo novo formato do programa. Com investimentos de R$ 11,7 milhões em recursos estaduais, o Parque começou a ser construído em junho do ano passado e já está totalmente ocupado por famílias reassentadas.

Um outro residencial, de 72 unidades habitacionais, com a mesma destinação, começou a ser construído em 2023, no bairro Cachoeirinha, zona sul. Somadas as quatro frentes de obras, serão entregues, em quatro anos, 752 unidades habitacionais.

Política de gênero

A Missão do BID, junto com representantes da UGPE, Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) e construtoras, realizou uma roda de conversa com mulheres, idosos e representantes de grupos LGBTQUIA+, durante a qual foram discutidas sugestões a serem incorporadas às políticas de gênero do programa.

Na comunidade da Sharp, as consultoras viram de perto o viveiro de mudas para a recomposição florestal das áreas degradadas dentro do perímetro de obras. São 4 mil mudas em crescimento que serão plantadas em terreno comprometido por erosão, requalificando o meio ambiente degradado por anos da ação predatória humana.

O projeto piloto prevê o reflorestamento de 110 mil metros quadrados onde, até pouco tempo, só existia lixo e poluição. “Estamos pensando no futuro, como um modelo que vai demonstrar a importância da flora e do replantio dentro da cidade de Manaus. Esse trabalho já é referência para outros programas financiados pelo BID”, destaca o subcoordenador Ambiental da UGPE, Otacílio dos Santos.

“Isso faz parte do processo para que o Prosamin+ cumpra os compromissos com as políticas socioambientais”, aponta a subcoordenadora Social da UGPE, Viviane Dutra.

Vida transformada

“É uma mudança extrema de vida. Desde o primeiro momento que o Prosamin+ entrou na comunidade, o que eu vi foi a chegada da cidadania. Ser atendida com uma moradia digna, com saneamento básico, com infraestrutura, mostra a todos o que é realmente garantir o direito básico do cidadão. O ser humano precisa de autoestima, de ser valorizado como gente. E isso realmente é o que acontece aqui na nossa vida, agora”, disse a artesã Emilene Mariano, que mora na comunidade há 23 anos. Ela foi uma das líderes do GAL ouvidas pelas consultoras do BID.

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